Ford Versailles: Trajetória, Estilo e Impacto

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O Ford Versailles surgiu em 1991 como uma importante adição à linha de produtos da Ford no Brasil, substituindo o venerado Del Rey. Desenvolvido em colaboração com a Volkswagen dentro da joint venture Autolatina, o Versailles utilizava a plataforma do Volkswagen Santana, mas trazia um design e características que o tornavam mais atraente para um público jovem e moderno, em busca de conforto, desempenho e estilo. Ao contrário do Del Rey, que se apoiava em um design conservador e uma mecânica simples, o Versailles era direcionado a executivos e empresários que valorizavam a sofisticação.

O Versailles se destacou pelo seu design elegante, especialmente na versão Ghia, que incluía toques como colunas traseiras em preto fosco e uma grade frontal diferenciada. Outro modelo notável da linha foi a station wagon Royale, lançada em 1992, que buscava atrair consumidores com um visual contemporâneo e funcional. O modelo foi oferecido em duas versões principais: GL e Ghia. Enquanto a GL era mais acessível, equipada com motores que variavam entre 1.8 e 2.0 carburados, a Ghia focava no requinte, oferecendo itens como ar-condicionado e direção hidráulica.

Ao longo de sua produção até 1996, o Versailles passou por diversas evoluções, incluindo opções como teto solar elétrico e novos designs de bancos, tentando manter sua competitividade no mercado. Contudo, as críticas à versão Royale e a concorrência acirrada lhe causaram dificuldades, especialmente após a dissolução da Autolatina. Em 1996, a parceria entre Ford e Volkswagen se desfez, resultando em um cenário complicado para a continuidade do Versailles, que teve sua produção encerrada em 1997.

Apesar do encerramento precoce, o Versailles permanece na memória como um símbolo da modernidade e da transformação da Ford no Brasil. Atualmente, modelos bem conservados do Versailles são itens de colecionador e podem ser encontrados no mercado, com preços que vão de R$ 20 mil a R$ 50 mil. Essa trajetória do Versailles revela não apenas a evolução da indústria automobilística brasileira na década de 90, mas também o legado de um veículo que, apesar de efêmero, conquistou seu espaço na história automotiva nacional. Para os entusiastas de carros clássicos, o Ford Versailles exemplifica como a inovação e a nostalgia podem coexistir na memória coletiva.


O Ford Versailles foi um marco na história da Ford no Brasil. Lançado em 1991, ele veio para substituir o icônico, mas envelhecido, Ford Del Rey. O Versailles foi a aposta da Ford dentro da joint venture Autolatina, que uniu esforços com a Volkswagen para dividir plataformas e motorização, resultando em uma das parcerias mais comentadas da indústria automobilística brasileira. Com base na plataforma do Volkswagen Santana, o Versailles trouxe uma identidade própria, mais voltada ao público que buscava modernidade, conforto e desempenho.

A troca de gerações: do Del Rey ao Versailles

Imagem: Reprodução

O Ford Del Rey, baseado na plataforma do Corcel de 1968, foi por muitos anos sinônimo de conforto e confiabilidade. No entanto, a mecânica simples e o design conservador já não acompanhavam as demandas de um público mais moderno. Ainda que o Del Rey tenha ganhado uma atualização com o motor AP 1.8 da Volkswagen em 1989, ele já demonstrava sinais de cansaço.

Ao contrário do perfil mais tradicional do Del Rey, o Versailles mirava um público mais jovem e dinâmico. O foco era o homem de negócios bem-sucedido, um executivo ou empresário na faixa dos 40 anos, que valorizava estilo, desempenho e exclusividade.

O design e as versões do Versailles

Imagem: Reprodução

O Versailles utilizava a plataforma B1 do Santana, mas se destacava por seu visual. A Ford trabalhou para diferenciar seu modelo do primo da Volkswagen. Na versão Ghia, o sedã exibia colunas traseiras em preto fosco, faróis com lentes brancas e uma grade frontal em lâminas pintadas na cor do carro. Esses elementos conferiam um visual mais sofisticado, algo que era muito bem visto no segmento de sedãs médios.

Além do sedã, havia também a configuração station wagon Royale, lançada em 1992, que era uma evolução moderna da antiga Ford Belina. Seu design diferenciado a tornava mais atrativa que a Volkswagen Quantum, ganhando o carinhoso apelido de “Belinona”.

Motorização e versões: da GL à Ghia

Imagem: Reprodução

O Ford Versailles foi oferecido em duas versões principais: GL e Ghia. A versão GL era mais acessível, equipada com motor 1.8 carburado de 92 cv e opcionalmente o motor 2.0 carburado de 108 cv, ambos compartilhados com o Volkswagen Santana. Já a Ghia, topo de linha, tinha foco no conforto e requinte, com itens como:

  • Rodas de liga leve
  • Ar-condicionado
  • Direção hidráulica
  • Vidros elétricos
  • Faróis de neblina
  • Rádio toca-fitas

A partir de 1993, a injeção eletrônica multiponto foi adicionada como opcional, melhorando o desempenho e a eficiência do motor 2.0.

Evoluções ao longo dos anos

Imagem: Reprodução

De 1991 até sua descontinuação em 1996, o Versailles passou por diversas atualizações. Em 1994, o modelo ganhou mais requinte com opcionais como teto solar elétrico e novas rodas. Em 1995, a Ford reformulou os bancos, adotando um design exclusivo. Além disso, a versão GL passou a oferecer direção hidráulica de série, tornando o modelo ainda mais competitivo.

Entretanto, nem todas as mudanças foram bem recebidas. A station wagon Royale, por exemplo, foi criticada por seu design, considerado sem personalidade, o que impactou negativamente suas vendas.

O fim da Autolatina e o encerramento do Versailles

Imagem: Reprodução

A história do Versailles está diretamente ligada à Autolatina, que uniu as operações da Ford e Volkswagen no Brasil durante os anos 1980 e 1990. Em 1996, a parceria foi encerrada, e a Ford enfrentou dificuldades para continuar produzindo o modelo. A Volkswagen, que detinha os direitos da plataforma e motorização, exigiu em troca o acesso à plataforma do Ford Escort para seus modelos Logus e Pointer, algo que a Ford não aceitou.

Sem acordo, a produção do Versailles foi encerrada no início de 1997. Ele foi substituído pelo Ford Mondeo, um modelo de padrão europeu que trouxe uma nova era para a marca no Brasil.

Por que o Ford Versailles ainda é lembrado?

Imagem: Reprodução

Embora sua produção tenha durado apenas seis anos, o Versailles marcou uma fase importante para a Ford no Brasil. Ele representou uma transição, trazendo modernidade e sofisticação para a linha de sedãs da marca. Para os colecionadores, o modelo ainda é um ícone, especialmente as versões Ghia bem conservadas, que reúnem um conjunto equilibrado de estilo e tecnologia.

Nos dias de hoje, você pode encontrar exemplares bem cuidados do Versailles no mercado de colecionáveis, com preços variando entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, dependendo do estado de conservação e da versão. Ainda que sua história tenha sido curta, o Versailles deixou um legado que mistura nostalgia, inovação e a transição de uma era na Ford brasileira.

Se você é apaixonado por carros clássicos e deseja conhecer mais sobre modelos que marcaram época, o Ford Versailles é, sem dúvida, um exemplo de como a indústria automotiva brasileira evoluiu nos anos 90.

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