O VW Sedan 1600, conhecido popularmente como “Zé do Caixão”, foi um importante lançamento da Volkswagen no mercado brasileiro, apresentado em novembro de 1968 e com vendas iniciando em janeiro de 1969. Este modelo se destacou ao ser o primeiro sedan de quatro portas fabricado pela marca no Brasil, projetado sobre a plataforma do icônico Fusca. Sua construção inovadora e prática foi vista como um marco na história dos automóveis no país.
Embora o Sedan 1600 tenha perdido o título de pioneiro absoluto para o Type 4 411, introduzido na Alemanha três meses antes, ele trouxe uma proposta nova e empolgante para o consumidor brasileiro. O apelido “Zé do Caixão” decorre das maçanetas diversas, que se assemelhavam a alças de caixões, e do design mais quadrado da carroceria, o que rapidamente o transformou em um carro curioso e memorável.
Foi construído utilizando a mesma plataforma do Fusca 1300, com algumas adaptações que ajudaram na redução de custos e na velocidade de desenvolvimento, uma estratégia que se tornaria comum na indústria automotiva. O motor era um modelo boxer de 1.6 litro, oferecia 60 cv de potência e uma velocidade máxima de 135 km/h, embora seu consumo de combustível fosse considerado alto para os padrões atuais.
Em termos de manutenção, o Sedan 1600 exigia cuidados rigorosos, com trocas de óleo regulares e verificação de níveis, refletindo uma cultura de manutenção preventiva típica da época. Internamente, oferecia características que diferenciavam do Fusca, como bancos ajustáveis e uma ampla área envidraçada que proporcionava excelente visibilidade. Seu painel seguia um design minimalista, enquanto a versão 1600L de luxo trouxe opções de acabamento mais requintadas.
Esteticamente, o carro se destacava com faróis retangulares e uma carroceria de linhas discretas. No entanto, apesar de suas qualidades, o Sedan 1600 enfrentou dificuldades no mercado, pois o público preferia modelos de duas portas, mais esportivos, e a concorrência com carros como o GM Opala e o Ford Corcel foi significativa.
Após a produção de apenas 24.475 unidades, o modelo foi descontinuado em janeiro de 1971, substituído pelo TL 4 portas. Apesar de sua breve trajetória, o VW Sedan 1600 permanece como um símbolo de inovação automobilística no Brasil, sendo hoje valorizado por colecionadores como um testemunho de uma era de transição na indústria.
Apresentado ao público no final de novembro de 1968 e com vendas iniciadas em janeiro de 1969, o VW Sedan 1600, popularmente conhecido como “Zé do Caixão”, foi um marco no mercado automobilístico brasileiro. Este sedan inovador foi o primeiro Volkswagen com quatro portas vendido no Brasil, utilizando a base do querido Fusca. Ele combinava modernidade, praticidade e um toque de ousadia, destacando-se como o primeiro integrante de uma nova família de veículos da montadora.
Embora tenha perdido o título de pioneiro absoluto para o Type 4 411, lançado três meses antes na Alemanha, o Sedan 1600 trouxe uma nova perspectiva ao mercado nacional. Apelidado de “Zé do Caixão” devido às suas maçanetas que lembravam alças de caixões e ao formato mais quadrado da carroceria, o modelo logo se tornou uma curiosidade histórica no mercado brasileiro.
Uma Construção Inteligente

O VW Sedan 1600 foi projetado para usar a mesma plataforma do Fusca 1300, com pequenas modificações para fixação da carroceria e ajustes em componentes. Este conceito de compartilhamento de plataformas, hoje amplamente utilizado para reduzir custos e acelerar o desenvolvimento de novos modelos, era uma ideia avançada para a época.
O motor era um boxer refrigerado a ar de 1.6 litro, derivado do 1300, com melhorias que elevavam a potência para 60 cv SAE a 4.600 rpm e torque de 12 kgfm a 2.600 rpm. Com uma transmissão manual de quatro marchas, o “Zé do Caixão” acelerava de 0 a 100 km/h em 22,8 segundos e atingia uma velocidade máxima de 135 km/h.
Apesar do desempenho satisfatório, o consumo de combustível era relativamente alto. Na cidade, o carro fazia cerca de 6,5 km/l, enquanto na estrada alcançava 9,5 km/l com gasolina. Em valores atuais, isso poderia ser considerado inviável, mas, nos anos 60, era dentro dos padrões aceitáveis.
Manutenção e Praticidade

O Sedan 1600 exigia cuidados rigorosos com a manutenção. A troca de óleo era recomendada a cada 2.500 km, e o nível precisava ser verificado a cada 1.250 km, já que o modelo não possuía filtro de óleo. O filtro de ar seguia o mesmo cronograma, enquanto o fluido da transmissão precisava ser substituído a cada 12.500 km.
Se comparado aos padrões de hoje, esses intervalos parecem curtos, mas os proprietários da época seguiam à risca essas recomendações. Isso refletia a cultura automobilística daquele período, onde a manutenção preventiva era um ponto de honra para os donos de veículos.
Conforto e Interior
Por dentro, o VW Sedan 1600 oferecia uma proposta diferenciada em relação ao Fusca. Os bancos dianteiros tinham regulagem de distância e inclinação, algo raro nos carros daquela época. O volante, herdado do Fusca 1300, tinha boa curvatura, mas sua grande dimensão podia causar desconforto em algumas situações.
Um dos destaques do modelo era a ampla área envidraçada, que proporcionava excelente visibilidade, superada apenas pelo DKW Fissore, descontinuado um ano antes. Na traseira, o espaço era suficiente para três ocupantes, embora o conforto fosse limitado pelo entre-eixos de 2,45 metros, apenas 5 centímetros maior que o do Fusca.
O painel de instrumentos seguia o estilo minimalista, com velocímetro, marcador de combustível e luzes-espia. Na versão de luxo 1600L, lançada em 1969, havia a opção de um relógio no painel e acabamento imitando madeira, além de forração em couro.
Estilo e Apelo Comercial

Externamente, o “Zé do Caixão” se destacava pelos faróis retangulares, que mais tarde seriam usados na Variant, e pela carroceria de linhas sóbrias. No entanto, a ausência de um espaço adequado para a instalação de rádios gerou críticas. Muitos proprietários recorreram a adaptações feitas em lojas de acessórios.
Infelizmente, o mercado brasileiro da época ainda preferia carros com duas portas, considerados mais esportivos e modernos. Essa preferência, combinada com a forte concorrência de modelos como o GM Opala e o Ford Corcel, impactou negativamente as vendas do Sedan 1600.
A Ascensão e o Declínio

Mesmo com a adição de uma versão station wagon, a Variant, e a chegada do TL (Turismo Luxo), o Sedan 1600 não conseguiu se firmar no mercado. Em 1971, a Volkswagen atualizou o modelo com faróis circulares, mas isso não foi suficiente para salvar o projeto.
Após apenas 24.475 unidades fabricadas, o “Zé do Caixão” deixou de ser produzido em janeiro de 1971. Seu substituto, o TL 4 portas, chegou logo depois, ocupando o espaço deixado pelo modelo.
Legado e Relevância

Apesar de sua curta trajetória, o VW Sedan 1600 permanece como um ícone de inovação e ousadia no Brasil. Ele foi um dos primeiros a explorar o conceito de sedan compacto com quatro portas, antecipando tendências que se tornariam padrão no mercado automotivo décadas depois.
Hoje, encontrar um exemplar do “Zé do Caixão” em bom estado é raro e valorizado pelos colecionadores. O modelo representa não apenas uma fase de transição na indústria automobilística, mas também a persistência da Volkswagen em se adaptar às necessidades e preferências de um mercado em constante mudança.
Se você tiver a oportunidade de ver ou, quem sabe, dirigir um VW Sedan 1600, aproveite para apreciar um pedaço da história automotiva brasileira. Esse carro, apesar de subestimado em sua época, é uma prova viva de que a inovação nem sempre é imediatamente reconhecida, mas o legado é eterno.

