O Cony Guppy, uma pickup produzida pela Aichi Machine Industry Co. Ltd. entre 1961 e 1962, destaca-se como uma verdadeira raridade automobilística, com apenas cerca de 5.000 unidades fabricadas, tornando-o um item de colecionador, especialmente fora do Japão. Medindo apenas 2.565 mm de comprimento, 1.265 mm de largura e 1.290 mm de altura, o Guppy se posiciona como um dos menores veículos utilitários já criados. Em comparação, o famoso Mini, criado na mesma época, era significativamente maior e mais pesado.
O Guppy é classificado como um microcarro e é considerado uma pickup de carga tradicional, desenhada para atender às necessidades de pequenos empresários que lidam com espaço urbano limitado. Seu design engenhoso incluía um motor de 199 cc, capaz de gerar 8,2 kW de potência, permitindo uma velocidade máxima de aproximadamente 80 km/h. Essa configuração permitia que o veículo transportasse pequenas cargas de até 150 kg, servindo como uma opção prática para comércio local.
Em termos tecnológicos, o Cony Guppy incorporava elementos avançados para a década de 1960, como uma suspensão independente nas quatro rodas e uma transmissão continuamente variável (CVT), oferecendo uma condução suave e acessível, mesmo para motoristas inexperientes. O design do carro incluía detalhes únicos, como luzes traseiras minúsculas e um interior espartano, que refletiam o estilo peculiar do modelo.
Entretanto, apesar de suas inovações, o Guppy enfrentou desafios significativos, como instabilidade em estradas irregulares, o que levou a uma diminuição no interesse do consumidor, resultando na suspensão da sua produção em 1963. Apenas 4.645 unidades foram produzidas antes do seu encerramento.
Posteriormente, a Aichi introduziu o Guppy Sports como um microcarro esportivo. O verdadeiro sucessor, contudo, foi o Cony 360, que, ao corrigir as limitações do Guppy, alcançou sucesso com mais de 100.000 unidades vendidas. Atualmente, a Aichi Machine Industry opera como Aichikikai, parte do conglomerado Nissan, focando na produção de componentes para veículos elétricos.
O legado do Cony Guppy perdura entre os entusiastas de carros, sendo admirado por suas características de design inovador e sua essência como um microutilitário, remanescente de uma era e de uma abordagem automobilística únicas.
Provavelmente você nunca ouviu falar do Cony Guppy, e tudo bem. Afinal, foram produzidos apenas cerca de 5.000 exemplares pela Aichi Machine Industry Co. Ltd. entre os anos de 1961 e 1962, o que torna essa pickup extremamente rara. Infelizmente, o Guppy nunca chegou ao Brasil.
Mas o que é exatamente o Cony Guppy? Em primeiro lugar, ele é pequeno, realmente minúsculo. Com apenas 2565 mm de comprimento, 1265 mm de largura e uma altura de meros 1290 mm, o Guppy era um verdadeiro microcarro. Para contextualizar, o Mini original, outro ícone compacto, era consideravelmente maior que o Guppy, com 3054 mm de comprimento, 1422 mm de largura e 1397 mm de altura. O Mini também pesava mais que o dobro: 590 kg contra os 290 kg do Guppy.
O que torna o Cony Guppy realmente especial é o fato de ele ser um veículo utilitário, uma pickup de carga no formato mais tradicional. E ele é possivelmente a menor pickup do mundo, uma solução engenhosa e prática para lidar com as crescentes demandas por veículos compactos em ruas estreitas e vagas de estacionamento apertadas.
O motor modesto e suas capacidades
Apesar de parecer rudimentar, o Cony Guppy era uma máquina engenhosa para a época. Equipado com um pequeno motor de 199 cc, um cilindro e dois tempos, ele produzia uma potência modesta de 8,2 kW. Esse motor leve permitia ao veículo atingir uma velocidade máxima de aproximadamente 80 km/h (em teoria). Estudos também indicam que o Guppy levava cerca de 22 segundos para percorrer 200 metros, e a aceleração de 0 a 100 km/h era tão difícil de precisar quanto improvável de se experimentar.
Seus fabricantes direcionaram o minúsculo ute (abreviação de utilitário) para pequenos empresários, especialmente aqueles que precisavam transportar pequenas cargas. Com uma carga útil máxima de 150 kg, ele se tornou uma alternativa acessível e econômica para pequenos comércios e serviços locais.
Tecnologia inovadora para a época

O Guppy apresentava soluções avancadas para os anos 1960. Ele vinha equipado com suspensão independente nas quatro rodas, uma característica rara na época, que proporcionava uma condução mais suave e estável. Além disso, o veículo usava uma transmissão continuamente variável (CVT), semelhante às encontradas em scooters, o que tornava sua dirigibilidade simples e acessível, mesmo para motoristas menos experientes.
O motor do Guppy era posicionado estrategicamente sob a área de carga, com acesso por uma pequena tampa na carroceria. Para garantir a refrigeração adequada, pequenas aberturas de ar logo à frente das rodas traseiras forneciam ventilação ao motor.
Em termos de design, o carro apresentava peculiaridades que reforçavam sua identidade. As luzes traseiras minúsculas, menores que uma moeda, e os indicadores exageradamente grandes nos pilares B eram algumas das características distintivas. O interior, por sua vez, era tão espartano quanto se poderia imaginar: duas portas traseiras de abertura “suicida” davam acesso a uma cabine equipada com dois assentos, um volante e um velocímetro que lembrava balanças de cozinha da época.
As rodas do Cony Guppy, com apenas 8 polegadas, completavam o conjunto. Essa dimensão contribuía tanto para sua agilidade quanto para as limitações de desempenho.
Os desafios e o declínio

Embora fosse uma ideia inovadora, o Guppy enfrentou problemas significativos que comprometeram seu sucesso. Seu tamanho reduzido e baixo peso tornavam o carro nervoso e instável em estradas irregulares, algo comum no Japão daquela época. Muitos compradores se afastaram após ouvirem relatos dessas dificuldades.
Esses problemas, aliados à concorrência de veículos mais robustos, levaram ao fim da produção do Cony Guppy em 1963, após a fabricação de apenas 4.645 unidades.
O legado e os sucessores
Logo após o Guppy, a Aichi lançou o Guppy Sports, um microcarro esportivo de duas portas sem teto. No entanto, o verdadeiro sucessor do Guppy foi o Cony 360, um utilitário compacto que manteve a essência da pickup, mas corrigiu muitas de suas limitações. O Cony 360 foi um sucesso considerável, com mais de 100.000 unidades produzidas ao longo de 10 anos.
Hoje, a Aichi Machine Industry Co. Ltd. segue ativa, mas sob o nome de Aichikikai. Agora, como subsidiária integral da Nissan, a empresa está envolvida na produção de trens de força para carros elétricos, como o Nissan Leaf, além de outros componentes industriais.
Por que o Cony Guppy ainda fascina?

Embora nunca tenha chegado ao Brasil, o Cony Guppy continua a ser um veículo fascinante para os entusiastas de automóveis. Sua combinação de dimensões compactas, soluções tecnológicas inovadoras e design excîntrico faz dele uma verdadeira raridade. Hoje, encontrar um Cony Guppy em boas condições é quase impossível, e os poucos modelos remanescentes são considerados peças de coleção de altíssimo valor.
Se um dia você tiver a sorte de ver um desses minúsculos utilitários em um encontro de carros clássicos, lembre-se de que está diante de um verdadeiro pioneiro em design compacto e engenharia criativa. Embora tenha sido esquecido por muitos, o Cony Guppy ainda carrega um legado único na história automobilística.


