A Exclusividade do Fusca Avallone Conversível

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O Fusca Avallone Cabriolet é uma joia do automobilismo brasileiro, criada por Antonio Carlos de Bugelli Avallone (1933-2002), um piloto e construtor. A iniciativa surgiu após a interrupção da produção do Volkswagen Fusca Cabriolet na Alemanha em 1980, quando o Brasil, com um mercado fechado para importações, viu uma oportunidade de criar seu próprio conversível. A Aciei (Avallone Comercial, Industrial, Exportadora e Importadora) lançou o modelo como resposta à demanda por veículos desse tipo, dado que a produção do modelo alemão havia cessado.

O primeiro Fusca Cabriolet foi desenvolvido na Alemanha em 1938, com as primeiras unidades saindo em 1949. Mais de 330 mil foram produzidos até 1980, tornando-se um ícone do automobilismo mundial. Avallone, reconhecido pela qualidade de seus projetos, ficou conhecido também pelo Avallone TF, uma premiada réplica do MG TF.

O Avallone Cabriolet foi concebido combinando inovação e tradição, utilizando componentes da estrutura original do Fusca, como aço estampado para o capô e para-lamas, mas incorporando elementos modernos de plástico reforçado com fibra de vidro. A estrutura foi reforçada com colunas de aço semelhantes às do projeto original, proporcionando segurança e estabilidade, crucial devido à remoção do teto.

Os detalhes do carro refletem o cuidado na produção, incluindo vidros personalizados que abrem com facilidade e uma capota de curvim com bom isolamento acústico, embora fosse volumosa ao ser abaixada. Embora o peso extra dos reforços estruturais aumentasse a estabilidade em curvas, isso impactava a agilidade, especialmente nas acelerações.

A personalização era uma marca do Avallone Cabriolet, permitindo que os compradores escolhessem entre diversas opções de equipamentos, de faróis auxiliares a motores potentes. Entretanto, a exclusividade custava caro, com os preços atingindo 60% a mais que um Fusca comum.

Infelizmente, a Aciei não conseguiu atingir a produção prevista de 50 unidades mensais, enfrentando baixa demanda e custos elevados. A crise econômica dos anos 1980 culminou no fechamento da fábrica em 1988, tornando as poucas unidades restantes verdadeiros itens de colecionador, alcançando valores superiores a R$ 300.000. O Fusca Avallone Cabriolet permanece um ícone do empreendedorismo e da paixão automobilística brasileiros, representando um legado que continua a cativar entusiastas e colecionadores.


Se você é apaixonado por carros clássicos e pela história do automobilismo brasileiro, certamente vai se encantar com o Fusca Avallone Cabriolet. Este é um exemplo raro de criatividade e inovação na indústria automobilística nacional. Criado pelo piloto e construtor Antonio Carlos de Bugelli Avallone (1933-2002), o conversível brasileiro foi uma tentativa ousada de preencher a lacuna deixada pelo clássico Volkswagen Fusca Cabriolet alemão, que parou de ser produzido em 1980.

A Inspiração Vinda da Alemanha

Créditos: Thegarage

O primeiro Fusca Cabriolet foi produzido na Alemanha em 1938, fruto do trabalho de Ferdinand Porsche e Wilhelm Karmann. Apesar da iminência da Segunda Guerra Mundial, as primeiras unidades do modelo deixaram a linha de montagem da Karmann, em Osnabrück, apenas em setembro de 1949. Foram mais de 330.000 unidades produzidas até janeiro de 1980, consolidando o modelo como um ícone.

Quando o Fusca Cabriolet alemão deixou de ser produzido, o mercado brasileiro, então fechado a importações, viu surgir uma oportunidade. Foi neste contexto que a Aciei (Avallone Comercial, Industrial, Exportadora e Importadora) lançou o Avallone Cabriolet, buscando suprir a demanda por conversíveis.

O Projeto Brasileiro

Créditos: Thegarage

A Aciei, com sede nas proximidades do autódromo de Interlagos, já era reconhecida pela alta qualidade de seus projetos, como o Avallone TF, uma réplica do inglês MG TF, premiada no Salão de Genebra de 1978. Assim, o Avallone Cabriolet foi concebido com o mesmo esmero e atenção aos detalhes.

A transformação do Fusca em conversível envolvia modificar a carroceria para incluir elementos em plástico reforçado com fibra de vidro, como a parte central e as portas. Já os capôs dianteiro e traseiro, para-lamas e painel eram mantidos em aço estampado, aproveitando a estrutura original do Fusca.

Para compensar a perda de rigidez estrutural causada pela retirada do teto, foram utilizados reforços similares aos do projeto alemão original. Esses reforços incluíam quatro colunas de aço fixadas a uma plataforma metálica de chapas dobradas, garantindo maior segurança e estabilidade ao carro.

Detalhes que Fazem a Diferença

Créditos: Thegarage

Um dos destaques do Avallone Cabriolet era o cuidado com os acabamentos. Os vidros, por exemplo, eram personalizados com a gravação do nome do fabricante e molduras que permitiam o acionamento mais rápido. Em apenas duas voltas na manivela, você poderia abrir ou fechar completamente os vidros.

A capota de curvim, com isolamento acústico perfeito, trazia conforto e praticidade, sendo fixada por apenas duas travas no quadro do para-brisa. Contudo, quando baixada, ocupava muito espaço atrás do banco traseiro, prejudicando a visibilidade traseira.

O peso extra dos reforços estruturais acabava por melhorar a dinâmica do carro, resultando em um centro de gravidade mais baixo. Isso tornava o Avallone Cabriolet mais estável em curvas, embora comprometesse ligeiramente a agilidade nas acelerações.

Personalização e Exclusividade

Créditos: Thegarage

Cada Avallone Cabriolet era único, podendo ser personalizado com uma vasta gama de equipamentos fornecidos pela Dacon S/A, a concessionária paulista onde o carro era vendido. Entre os itens disponíveis, você encontrava:

  • Faróis auxiliares;
  • Rodas de liga leve;
  • Pneus radiais;
  • Pintura metálica;
  • Bancos de couro;
  • Sistemas de som e ar-condicionado;
  • Motores maiores e mais potentes.

Com todos esses opcionais, o preço do Avallone Cabriolet chegava a custar 60% a mais que o Fusca convencional. Convertendo para valores atuais, um carro que custava R$ 30.000 poderia atingir R$ 48.000, ajustado para a inflação e considerando o status de colecionável.

O Declínio e a Raridade

Créditos: Thegarage

Infelizmente, o Avallone Cabriolet não alcançou o sucesso esperado. A previsão de produzir 50 unidades mensais jamais se concretizou devido à baixa demanda e aos altos custos de produção. A falta de apoio da Volkswagen também foi um fator determinante para que Antonio Carlos Avallone decidisse migrar para outros mercados, como o de limusines.

A crise econômica da década de 1980 também não perdoou pequenos fabricantes nacionais. Sem capital de giro, a Aciei encerrou suas atividades em 1988. Hoje, as poucas unidades remanescentes do Avallone Cabriolet são altamente valorizadas por colecionadores, chegando a atingir valores acima de R$ 300.000 em leilões e vendas particulares.

Um Legado Que Vive

Créditos: Thegarage

O Fusca Avallone Cabriolet é mais do que um carro: é um pedacinho da história do Brasil. Ele reflete o espírito empreendedor de um homem visionário e a paixão dos brasileiros pelos automóveis. Hoje, se você tiver a sorte de encontrar uma dessas raridades, saiba que estará adquirindo uma verdadeira obra de arte sobre rodas.

Créditos: Thegarage
Créditos: Thegarage
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